Da arte à decadência
Por Rafael Reis

"A música nasceu livre e seu destino é conquistar a liberdade."
Esta frase foi dita há muitos anos pelo gênio musical Ferrucio Bussoni. Mal sabia ele em que se transformaria o cenário musical hoje.
O declínio começou tímido. Nos anos 90, O estilo que atreveu-se à se auto denominar funk (que nada tinha à ver com o verdadeiro funk originado nos EUA) tratava em suas letras sobre a realidade de violência e pobreza nas favelas brasileiras, Arrastando desta forma uma grande massa consigo.

As coisas começaram a mudar no início dos anos 2000, quando as músicas passaram a apresentar uma conotação erótica, letras sensuais e por muitas vezes vulgares. O estilo começou à difundir-se por todo o mundo, no entanto, em vários paíse em que entrou foi banido imediatamente quando se teve conciência de que as músicas tratavam de apologia ao crime, às drogas e à banalização do sexo e da mulher. Esse não parece ter sido o mesmo ponto de vista das autoridades do nosso país. músicas desrespeitosas, com conteúdo escrachado e moralmente ofensivo, tocaram e tocam até hoje por todas as partes. São ouvidas por crianças e adolecentes que cada dia mais passam a considerar o estilo de batida contagiante como "legal". Ultrapassou os limites dos morros brasileiros. Alcançou as grande metrópoles, e os interiores por todas as partes. Hoje é considerado pela Assembléia legislativa do Rio de janeiro como movimento cultural e musical de caráter popular. Este texto não tem o intuito de atacar e criticar o ESTILO musical em sí. Apesar das más influências o funk brasileiro desfruta de nomes que se propõem a fazer um trabalho musical de qualidade. Mas infelizmente em todos os âmbitos da música brasileira, existem aqueles que se atrevem a manchar de vergonha e banalidade a arte no país, usando de seu minúsculo Q.I, e sua predisposição genética à fazer porcarias, seja musical ou socialmente falando.
Durante todo o ano passado tivemos (me refiro a nós que talvez ainda desfrutemos de bom senso) que suportar as exaustivas e torturantes vezes em que a música que orgulhosamente se apresentava como "melô do créu" tocava em festas, rádios, e por ultimo, claro, e não menos importante; na tv.

Note esse trecho retirado da música:
" (...)Merenda boa, bem gostozinha
quem preparou foi a vovozinha.
êta danada, êta!
Merenda boa, bem gostozinha
quem preparou foi a
danadinha
êta danada, êta!
A música não existe para afetar de forma positiva as pessoas, e transformar seu ponto de vista e pensamentos?
êta danada, êta!
vou te comer, vou te comer, vou te comer,(...)"
A música não existe para afetar de forma positiva as pessoas, e transformar seu ponto de vista e pensamentos?
Se músicas como estas estiverem afetando o ponto de vista e os pensamentos da população deste país, começo a me preocupar seriamente quanto ao futuro.
Texto retirado do blog café platão